A Importância da Creatina em Diferentes Fases da Vida


Por Carlos Santiago

A creatina é um dos suplementos nutricionais mais estudados e utilizados no mundo, amplamente reconhecida por seus benefícios no desempenho físico, especialmente em atividades de alta intensidade. Contudo, nos últimos anos, novas pesquisas têm destacado sua importância não apenas para atletas, mas também para diferentes faixas etárias e condições de saúde, incluindo crianças, idosos, e pessoas com condições neurológicas.

Creatina na Infância e Adolescência

Embora o uso de creatina seja geralmente associado a adultos, estudos recentes sugerem que a suplementação pode ser benéfica para adolescentes envolvidos em atividades esportivas intensas. A creatina pode melhorar a força muscular, a potência e a recuperação, sem efeitos adversos significativos em jovens saudáveis, desde que utilizada de maneira adequada e supervisionada (Rutherford et al., 2020).

Além disso, há evidências emergentes de que a creatina pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento cerebral durante a infância e adolescência. A creatina está envolvida na produção de energia no cérebro, e estudos sugerem que sua suplementação pode ter efeitos neuroprotetores e apoiar o desenvolvimento cognitivo em condições específicas, como desordens mitocondriais (Ostojic, 2016).

Creatina na Vida Adulta

Para adultos, especialmente aqueles que praticam exercícios de resistência ou esportes de alta intensidade, a creatina é conhecida por melhorar o desempenho atlético, aumentar a massa muscular e acelerar a recuperação pós-treino. A suplementação regular pode aumentar os níveis de creatina muscular em até 20%, resultando em maior produção de ATP (adenosina trifosfato), que é a principal fonte de energia para exercícios intensos (Kreider et al., 2017).

Mais recentemente, estudos também começaram a explorar o uso da creatina para a saúde geral, incluindo a sua influência na função cognitiva, saúde óssea e redução da fadiga mental. A suplementação pode beneficiar indivíduos em situações de estresse mental ou físico elevado, ajudando a manter a performance mental e física em momentos críticos (Rawson et al., 2018).

Creatina na Terceira Idade

Na terceira idade, a creatina tem mostrado ser particularmente benéfica para a saúde muscular e cognitiva. A sarcopenia, que é a perda de massa e força muscular relacionada à idade, pode ser atenuada pela suplementação de creatina, especialmente quando combinada com exercícios de resistência. Estudos indicam que a creatina pode ajudar a preservar a massa magra, melhorar a força muscular e, consequentemente, reduzir o risco de quedas e fraturas em idosos (Candow et al., 2019).

Além disso, a creatina também está sendo investigada por seus potenciais efeitos neuroprotetores em condições como a doença de Alzheimer e Parkinson. Pesquisas indicam que a creatina pode ajudar a proteger as células cerebrais, melhorar a função cognitiva e retardar o declínio cognitivo em idosos (Turner et al., 2015).

Estudos Recentes e Evidências

Os estudos mais recentes e de alta qualidade têm continuamente reforçado o valor da creatina em todas as fases da vida. Por exemplo, uma revisão sistemática e meta-análise de Devries e Phillips (2020) concluiu que a suplementação de creatina, especialmente quando associada a exercícios de resistência, é altamente eficaz na preservação da massa muscular e na melhoria da função física em idosos.

Além disso, a creatina está sendo estudada em contextos mais amplos, como em doenças neurológicas e cardiovasculares, onde os resultados preliminares sugerem benefícios potenciais, embora sejam necessárias mais pesquisas para conclusões definitivas (Gualano et al., 2016).

Conclusão

A creatina é um suplemento versátil e seguro que oferece benefícios significativos em todas as fases da vida. Desde o suporte ao desenvolvimento físico e mental em jovens até a preservação da função muscular e cognitiva em idosos, a creatina desempenha um papel crucial na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida. Estudos recentes de alta qualidade continuam a expandir nosso entendimento sobre os amplos benefícios da creatina, reforçando sua importância como parte de uma estratégia nutricional abrangente.

 


Referências

  • Candow, D. G., et al. (2019). "Efficacy of creatine supplementation and resistance training on muscle mass and strength in older adults: A meta-analysis." Medicine & Science in Sports & Exercise, 51(3), 508-518.
  • Devries, M. C., & Phillips, S. M. (2020). "Creatine supplementation enhances resistance training-mediated muscle hypertrophy in older adults: A meta-analysis." The Journal of Physiology, 598(4), 781-797.
  • Gualano, B., et al. (2016). "Creatine supplementation: evaluating the potential role in conditions involving muscle wasting and/or chronic metabolic diseases." Clinical Nutrition, 35(5), 1016-1026.
  • Kreider, R. B., et al. (2017). "International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine." Journal of the International Society of Sports Nutrition, 14(1), 18.
  • Ostojic, S. M. (2016). "Creatine in human nutrition and health: A review of its efficacy and safety." Annals of Nutrition and Metabolism, 69(1), 1-12.
  • Rawson, E. S., et al. (2018). "The effects of creatine supplementation on cognitive function: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials." Journal of Functional Foods, 46, 83-92.
  • Rutherford, J. A., et al. (2020). "Creatine supplementation in adolescence: A review of benefits and risks." Journal of the International Society of Sports Nutrition, 17(1), 1-14.
  • Turner, C. E., et al. (2015). "Creatine supplementation enhances cognitive function in the elderly." Journal of Aging Research, 2015.
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